segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

[Resenha 14] Ligeiramente Casados - Mary Balogh (Os Bedwyn #01)

*** Meu primeiro romance de época. E não foi qualquer um: Dei sorte!***


Ligeiramente Casados 
Mary Balogh
Editora Arqueiro. 288 páginas.

Série "Os Bedwyn":
1. Ligeiramente Casados - Slightly Married (Aidan Bedwyn) 
2. Ligeiramente Maliciosos - Sligthly Wicked (Rannulf Bedwyn) - A ser publicado pela Editora Arqueiro em abril de 2015, 
3. Slightly Scandalous (Freyja Bedwyn)
4. Slightly tempted (Morgan Bedwyn)
5. Slightly Sinful (Alleyne Bedwyn)
6. Slightly Dangerous (Wulfric Bedwyn)

Sinopse: À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse. Custe o que custar!. Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum.

Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias.

Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar.

Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados...

Neste primeiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos apresenta à família que conhece o luxo e o poder tão bem quanto a paixão e a ousadia. São três irmãos e três irmãs que, em busca do amor, beiram o escândalo e seduzem a cada página. 


Opinião:
Adorei.
Por enquanto, o melhor livro de 2015.

Simplesmente adorei Aidan, o mocinho, que não é um mocinho normal. Gosto de mocinhos tradicionais, como os mocinhos Sullivan e outros que nos fazem suspirar, é claro, mas Aidan não é APENAS um mocinho. Ele é um Homem feito, de 30 anos, sem dilemas adolescentes e dúvidas fúteis, que devido uma promessa a um de seus soldados à beira da morte vai até a casa da irmã dele para dar a notícia da tal morte. Ele prometeu "Protegê-la a qualquer custo" e é isso que ele faz.

Aidan é seco, sério, apesar de educado e gentil, e chega na propriedade de Eve, que é uma mocinha de época, mas que a vida tornou independente, apesar de muitos dependerem dela. Eve não é a superheroína dos tempos atuais, mas não é abobada, ainda que teimosa. A bondade de Eve é uma benção e também um fardo para ela, pois quando ela se vê prestes a perder suas terras para um primo que vai deixar a ela e a todos os seus dependentes na "rua da amargura". Aidan descobre a única maneira de ajudá-la: eles precisam se casar em até 4 dias. Eve reluta, mas está sem saída, então aceita. 

O início para mim foi um pouco confuso, porque há muitos personagens e todos são referidos pelo sobrenome (como era antigamente). Há um tal de John que fica "na moita" até quase o fim da história e no inicio não sabemos bem sua importância. A história é quase nada sexual na maioria do tempo, e não muito romântica como eu estava acostumada. Ela trata daquele amor que vêm amando <3 E bem assim que eu fui com a história. Fui amando mais e mais conforme fui lendo. 

No andar da história, a partir do meio, as coisas mudam. Muda o vilão, muda o cenário, mas fica bem legal. Eve tem que retribuir a cortesia de Aidan, ajudando-o, a pedido de seu irmão, o Duque de Bewcastle, que consegue ser mais arisco e muito mais metido que Aidan. 

Conhecemos aí a família de Aidan, que tem duas irmãs (uma mais novinha e outra que eu achei com jeito de "machona") e dois irmãos (ou eram três?), e uma tia metida e chiquérrima. Eve os conquista - Aidan incluído - aos poucos. Na verdade não consigo dizer exatamente quando um começou a amar o outro, mas gente... é muito amor. É um livro muito bacana, sem ser meloso demais e sem ser piegas ou brega demais. 

Acho que dei muita sorte de pegar esse para meu primeiro romance "de época". Como escrevi ali em cima, o próximo livro da "série" dos irmãos, que já foi totalmente lançada em inglês, será lançado em abril desse ano e eu pretendo lê-lo =) Mas não acho que TODO livro de romance de época vai me agradar. Foram os detalhes desse romance que me fizeram apaixonar. 

Recomendaria? Sim. Recomendei já para algumas pessoas pessoalmente, para quem gosta de romances doces na medida certa. Adorei mesmo.

Releria? Sim. Gostei muito e pretendo ir adiante com a série, não descartando a possibilidade de reler em breve. Na verdade deu vontade de continuar, de recomeçar logo que acabei. 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

[Curiosidades 04] Minhas manias literárias - O Ritual

Você tem alguma mania literária? Algum ritual talvez?

Meu ritual é assim.
Ao decidir pegar um livro pra ler, a primeira coisa que faço é olhar na última página o número de páginas, e então sair dela rapidinho, pra não ver nenhum spoiler, mas às vezes acontece. Aí vem a matemática. Primeiro calculo o quanto é 10% do livro, 20% e então 50%.

Exemplo:
"O livro perdido das Bruxas de Salem" de Katherine Howe (recebi por Livro Viajante) é, provavelmente, o próximo livro que começarei. Ele tem 348 páginas de história (exceto agradecimentos e outras coisas):
10% de 348 = 34,8, arredondando 35.
20% = 70.
50% = 174 páginas.

Por que esses marcos? Então... Os 10% facilitam a vida pra calcular as porcentagens. O 20% é um marco muito importante para mim. Alguns podem considerar pouco, mas é o número de páginas que eu resolvi que se o livro não me cativar ou empolgar até ali, eu posso largá-lo. Ou seja, com raras exceções, leio sempre até pelo menos 20% de um livro.

Os 50% também servem para decidir um provável abandono, caso eu tenha passado dos 20% ainda interessada, mas nada tenha acontecido de interessante ou haja problemas de estilo ou trama.  Um exemplo de um livro que abandonei após 50% foi "Percy Jackson e o ladrão de raios". Eu adoro mitologia grega e gostei muito do filme, que vi antes de ler, mas apesar de gostar da história, achei o tom da narrativa muito infantil. Gosto de livros que contam sobre adolescentes, mas ao que me aproximo dos 30 anos (maio desse ano) nem todo livro infanto-juvenil me agrada mais.

Tenho uma boa amiga literária (amiga que conheci por causa de livros) que jamais abandona um livro, por mais chato que ele seja. Já ouvi ela reclamar de 3 livros que estavam bem difíceis de continuar e que ela não estava gostando, mas mesmo assim ela não largou eles.

Viviane e povo leitor, criei esse sistema porque a vida é muito curta pra se ler um livro chato e tenho tantos outros livros na minha estante que prometem ser bem melhores!
Às vezes algo nos obriga a ler o livro: colégio, vestibular, faculdade, concurso, e (para as blogueiras/os) as parcerias das editoras... Mas se nada o obriga a ler o livro, sinta-se livre para partir pro próximo!

Criei esse sistema para ter um fundamento e não simplesmente largar um livro sem dar a ele ao menos uma boa chance. Acho que meu sistema funciona bem, mas acontece de eu largar um livro depois de 30, 35% por cento, ou de largar aos 20%, alguém me recomendar altamente o livro e eu voltar a lê-lo, mas em geral, essa é uma mania literária que funciona bastante bem pra mim.

E você, tem alguma?
Que achou da minha? rsrsrsrs Muito doida ou faz sentido?

=)

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

[Resenha 13] Estilhaça-me - Tahereh Mafi (Estilhaça-me #01)


*** Surpresas positivas e um texto muito bem escrito ***


Estilhaça-me - Tahereh Mafi
Editora Novo Conceito. Livro 1 de 3.

Série Estilhaça-me
Livro 1. Estilhaça-me 
Novela 1.5 Destrua-me
Livro 2. Liberta-me
Novela 2.5 Fragmenta-me
Livro 3. Incendeia-me

Sinopse: "Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro."

Opinião: 
(Segunda resenha de 2015. Segunda protagonista chamada Juliette, apesar de ter sido lido ano passado. Coincidência? =))


O livro começa com Juliette, trancafiada numa cela bem xumbrega há 264 dias. Quem a colocou lá? Porque? Bem... O toque de Juliette pode matar uma pessoa e por isso que ela acabou presa. Ela pouco sabe do mundo exterior, até que colocam outra pessoa na mesma cela dela. 
Não qualquer pessoa, um garoto. 
Não qualquer garoto, Adam.

Juliette conhece Adam. Adam parece não reconhecê-la, mas... Não vou contar nada da trama.


Eu gostei do livro. Comecei adorando, mas aí no segundo terço achei um pouco monótono, e o terceiro terço... UAU. Empolguei bastante.

Gostei do fato de os capítulos serem curtos, o livro fluiu muito bem. Apesar de diferente, o modo de narração diferente e de layout de escrita, me agradou. Achei poético e gostei muito do uso do risco por cima de algumas frases e palavras (como demonstrado na capa do livro, ilustrada acima), apesar de eu levar um tempinho pra me acostumar com o estilo. Esse novo estilo demonstrou muito bem a indicada loucura de Juliette e a autopenitência dela, não se permitindo pensar certas coisas. Isso pra mim ficou muito claro. 

Gente, sério. O final de "Estilhaça-me" me surpreendeu. Isso é raro. O livro é claramente uma distopia. Eu esperava que depois que Juliette finalmente chega as ruas da cidade, ela desse uma de Katniss ou Tris, mas o livro muda e eu gostei bastante do rumo que tomou. Conheço gente que não se agradou dessa virada. Ela lembra muito uma série de filmes eu gosto, mas se eu disser qual é, pode estragar a surpresa. A graça pra mim foi descobrir isso e estou ansiosa para ver nos próximos livros o que acontecerá.


Pontos fracos? A explicação da trama distópica, que trata do Restabelecimento e conta o que aconteceu ao mundo e aos governos. Para mim, ficou mal explicada. Foi colocada muito superficialmente no meio de algumas conversas entre os personagens e mesmo assim ficaram buracos que não me convenceram muito do porquê de tal governo totalitário.


Curiosidade: Como a autora tem feições de origem árabe, e em todas as fotos aparece usando um lenço tradicional muçulmano, eu esperava que ela fosse do Oriente Médio e comecei o livro imaginando os personagens com feições de lá. Durante a leitura me deparei com personagens de descrições não-árabes, bastante caucasianos até. E mais adiante até entende-se que a trama se passa nos EUA. Fui pesquisar: a autora é bem americana, e casada com o escritor, Ransom Riggs, autor de "O Orfanato da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares".

Recomendaria?
Sim, recomendo para quem gosta de quadrinhos e de distopias ;-) 

Releria?
Estou lendo o "Destrua-me" (somente em ebook) e já pedi que uma outra amiga me emprestasse o segundo livro. Não acho necessário reler todo livro, mas algumas passagens eu releria.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

[Resenha 12 - BR] Louca por você - A. C. Meyer (After Dark #01)

* * * Um livro cheio de "INHOS" que foi um "santo remédio" * * * 


Louca por você 
Autora: A. C. Meyer
Editora Universo dos Livros
208 páginas


Série After Dark (por enquanto)
1. Louca por você - Julie e Daniel
2. Apaixonada por você (a ser lançado este ano) - Johanna (irmã do Daniel) e Zach.

Sinopse: "Atenção: esse livro contém altas doses de romance, situações hilárias, garotos sensuais e o best friend gay mais maravilhoso de todos os tempos...

Julie tem dois grandes sonhos: cantar profissionalmente e fazer com que Daniel a enxergue como mulher. Ele é o charmoso dono do badalado bar After Dark e se diz avesso a compromissos, sempre pronto para noitadas casuais. Em uma noite de muito movimento, o estabelecimento se vê sem um vocalista para dar continuidade à programação musical, e Julie é colocada por um dos sócios de Daniel à frente da banda para resolver o problema.

Mas a voz e a presença de palco da nova cantora encantam o público... e também o atraente garanhão. Descontrolado de ciúmes, Daniel está disposto a usar toda a sua autoridade para tirar Julie dos holofotes e dar uma chance ao seu verdadeiro amor. Ele só não contava com as investidas insistentes de Alan, o sexy guitarrista da banda, que resolveu fazer de tudo para conquistar o coração da nossa mocinha.

Será que o sonho de Julie finalmente vai se concretizar com Daniel ou seu verdadeiro príncipe encantado é o guitarrista sensual?"


Opinião: 
Fininho. Curtinho. Facinho. Bonitinho. 
Legalzinho.

Desde que vi esse livro pela primeira vez, quis lê-lo. Um tempo depois o comprei com um cartão-presente, para fechar o valor do livro que escolhi como principal (O Desafio de Ferro - Série Magisterium - Cassandra Clare) e adicionei uns reaiszinhos para dar a compra. É o tipo de história de romance que me chama atenção, já que me identifico. Achei a sinopse bem forçadinha, cheia de clichês. O personagem George, o amigo gay, cheio das frases feitas e total estereotipado.

Eu gostei do livro. Li as primeiras 150 páginas numa noite e as últimas 50 no dia seguinte. Ele é rapidinho de se ler. Apesar de ter gostado, várias coisas me chamaram atenção.

A autora, apesar de ser brasileira, escreve a história se passando nos EUA. A menina é Juliette (Julie) Walsh e o mocinho, às vezes referido como Danny Boy é Daniel Stewart. Autores podem fazer o que quiserem e se a imaginação dela a leva à Califórnia, que assim seja, mas para mim pareceu o tempo inteiro que ela queria mimicar um livro americano.Em tempos nos quais a literatura brasileira contemporânea está fervilhando, e tendo eu comprado o livro pensando que leria algo brasileiro, foi muito estranha essa leitura soar tanto como uma tradução. Até fui conferir se era uma autora brasileira mesmo, pois não soava como um livro em português. Se essa era a intenção - e não vejo como possa não ter sido - Parabéns, A. C. Meyer, você conseguiu!  

Preciso falar também sobre a criatividade do título: igual a zero! Numa pesquisa rápida pelo Skoob, olha o que eu encontrei:
Louca por você (Série Bad Boys 01) - M. Leighton
Louca por você - Fernanda Belém
Louca por você - Maddie James
Louco por você (Série Falling 01) - Jasinda Wilder
Louco por você - Barbara Boswell

... E isso que ainda tirei os 3 que tinham um "Sou" antes do Louca/o por você. Falando como uma autora, entendo a dificuldade de se criar um título legal, mas falando como leitora e blogueira... GENTE! Pelamor de D'us né! É muito livro com o mesmo título! Já li o homônimo da série Bad Boys (e inclusive gostei bastante) e já sei de gente que procurava por um e comprou o outro. 

Sobre a sinopse, não é uma sinopse totalmente boa. Ela distorceu um pouco a trama quando deu muita ênfase ao Alan, guitarrista sexy da banda. Ele não está lá para lutar por Julie. Ele é apenas embuste para fazer ciumes em Danny. Então aquelas últimas linhas da sinopse, se vistas pelo ponto de vista de Daniel fazem sentido, mas só assim. Porque Alan nunca "fez de tudo para conquistar o coração de Julie". Pfff!

A história até a página 100 foi totalmente esperada, nada inovadora e bem resumida. Podia ter sido um conto, se não houvesse as outras 100 páginas. Essas me fizeram gostar um pouco mais do livro, pois foram o que o diferenciou um pouco de todos os outros livros do mesmo tipo. 

Quem tem lido minhas resenhas e leu a de "Hex Hall", já sabe o que eu sinto a respeito de "mais do mesmo". Vou repetir o que disse lá. Não me importo de ler "mais do mesmo" se esse "mais do mesmo" for bem escrito. "Louca por você" de A.C. Meyer foi um "mais do mesmo". Ainda assim, - se eu tirar o estilo de escrita tipo tradução, que me desagradou bastante - foi um "mais do mesmo" bem escrito, sem buracos na trama e com personagens bons. 

Foi um livrinho gostosinho, com final bonitinho, que eu classifico como legalzinho e ajudou a me tirar de uma "Ressaca Literária" (para quem não sabe o que é: é um período em que gente que lê demais, perde o ânimo para começar outros livros).

Recomendaria? Como para mim ele foi uma cura parar Ressaca Literária, recomendo exatamente para isso. Recomendo para as sonhadoras e para quem está sem muito tempo, já que é curto, mas não recomendo para quem está em busca de um livro de literatura brasileira. Ele não é.

Releria? Olha, não foi daqueles que eu terminei e disse a mim mesma que não queria que tivesse acabado, que é o que eu uso como "releiturômetro". Como é "mais do mesmo" acho que posso pegar um outro parecido e novo ao invés de reler esse, mas não descarto a possibilidade de reler. Pretendo ler a continuação, se tiver acesso fácil a ela.