terça-feira, 31 de maio de 2016

[Resenha 53] Sejamos todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

*** Desafio de leitura do Skoob - Maio: Autores africanos ***


Editora Companhia das Letras
63 pgs
Formato Livro de Bolso


Sinopse: Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘Você apoia o terrorismo!’”. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.


Link para assistir a palestra We Should All Be Feminists. O vídeo tem legendas em português e dura aproximadamente 30 minutos.

Opinião:
Este livro é a reprodução escrita da palestra da autora nigeriana/americana Chimamanda Ngozi Adichie para o projeto TEDx. 

TED é uma organização sem fins lucrativos que promove palestras curtas sobre Tecnologia, Entretenimento e Design (Era assim inicialmente, mas depois ampliou para todos tipos de assuntos). TEDx é um ramo deste grupo que organiza eventos em comunidades menores e a autora menciona que o irmão dela é o organizador de um destes TEDx, o TEDxEuston.

Achei interessante, porém não me pareceu tão genial quanto eu esperava. Falavam tanto dessa autora e dessa palestra que imaginava que fosse bem mais "escancarado" ou agressivo do que realmente senti. 

A vantagem e desvantagem do livro é que ele não se aprofunda em nada. Como fala da experiência da autora, e veio de uma palestra curta, ela apresenta apenas uma introdução ao assunto.

A grande coisa que Chimamanda fez foi extravazar os sentimentos de muitas mulheres da atualidade em relação ao machismo. Esperava que ela mencionasse mais da sua experiência feminista não somente como uma mulher mas como africana e negra também e ela o fez, mas muito superficialmente. 

Como podem perceber, não tenho uma opinião bem formada sobre a experiência de ler este livro. O fiz sem ter visto o video da palestra e, admito, sem saber muito sobre a origem do feminismo ou das principais ícones deste movimento. 

Acho que se a intenção dela era acordar as pessoas para um problema da atualidade, ela conseguiu. Se a intenção dela era fazer pessoas buscarem informação sobre o assunto, ela conseguiu, pois desenvolvi interesse em saber mais sobre isso. 

Se a intenção era sacudir mulheres para o comportamento da sociedade para com elas, a palestra curta dela consegue isso. Não me mostrou muito mais do que eu já sabia sobre o problema, mas definitivamente colocou em mim uma chama que brilhará em alerta cada vez que eu perceber a minha volta atos machistas.

Ao final do livro, a pequena edição traz uma mini-mini-biografia da autora, dizendo que ela nasceu na Nigéria em 1977 e que vive entre Nigéria e Estados Unidos. Também traz algumas informações sobre outras obras da autora: "Hibisco Roxo", "Meio Sol Amarelo" e "Americanah" (que teve os direitos cinematográficos vendidos para Lupita Nyong'o, vencedora do Oscar de melhor atriz por "Doze Anos de Escravidão"). 

Recomendaria?? Sim, para todo mundo, principalmente para adolescentes e jovens, mas para qualquer pessoa que possa estar interessada no assunto. 

Releria?? Provavelmente sim, mas não tenho planos de reler agora. Possuo outro livro da autora "Hibisco Roxo" (minha mãe está lendo), mas me interesso mais por "Americanah" que pretendo ler em breve.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ler até o fim de 2016 #PassouDaHoraDeLer

Na verdade o título de hoje deveria ser: 
"Livros que quero MUITO ler até o fim desse ano, que estão parados na minha estante e já passou da hora de ter lido #PassouDaHora".

Alguns deles estão há tempos na minha TBR lista de livros para ler e foram adiados por vários motivos. Eu não quero terminar o ano sem ter lido todos esses 10 livros. 

Se, por acaso, eu tiver terminado essa lista antes do fim do ano, farei uma nova lista. Digo isso porque havia cogitado colocar mais de dez livros. Pensei em 12 ou 16, mas reduzi para 10 para poder chegar ao fim do ano tendo concluído a meta. Não quero uma meta impossível! Dez livros é totalmente possível... ou não?

Deixo um convite para quem quiser fazer em seu blog ou canal uma lista de livros que pretende ler até o fim do ano, usando a #PassouDaHoraDeLer. 

Então, a seguir, minha lista!


10 livros que #PassouDaHoraDeLer: 


1. Cidade do Fogo Celestial - Cassandra Clare


O primeiro livro da lista será lido em breve, assim que eu finalizar as releituras de Cidade dos Anjos Caídos (que estou lendo neste momento) e Cidade das Almas Perdidas. Os primeiros três livros da série Os Instrumentos Mortais já foram relidos e estão sendo resenhados por aqui. 

2. As Crônicas de Bane - Cassandra Clare 

O segundo livro da lista ouvi dizer que tem detalhes que o fazem melhor lido após a conclusão da série Os Instrumentos Mortais, então, ficou para trás. Como pretendo terminar essa série este ano, este livro será a leitura seguinte.

3. Lady Midnight / Dama da meia-noite - Cassandra Clare

Este item da lista pode ser cumprido de duas formas, já que comprei ambas as edições: em inglês e em português. Por sinal, é a primeira vez na vida que faço isso: comprar conscientemente dois livros (quase) iguais. Quase iguais, porque a edição em português tem um capítulo extra que a edição em inglês não tem! Daí a minha compra dupla, ok? 

(Ainda possuo na estante "Magisterium - O desafio de ferro" da mesma autora em colaboração com Holly Black, mas este não tenho pressa para ler, heheh)


4. Beleza Perdida - Amy Harmon

Este livro parece tãoooooo bonito. Dizem ser baseado em "A Bela e a Fera". Já comecei a ler uma vez, antes de possuir o livro físico pelo Kobo e é muito legal. Acabou ficando parado, mas tenho certeza que vou ler rápido e amar a história. Além disso, só me permitirei comprar o outro livro da autora "Infinito + um" que já saiu, após ter lido este. E só ouço falar bem deles.

5. De repente, é ele - Susan Fox 
6. De repente, o desejo - Susan Fox

O terceiro e quarto volume da série "Irmãs Fallon". Ganhei de presente no começo do ano e acho que serão devorados em breve, agora no inverno. Li os dois primeiros bem rápido e acho que não será diferente com eles. 

7. Revival - Stephen King

Este é o livro que menos tempo está na minha estante dentre todos estes 10. Tenho como uma meta não muito delineada de vida literária ler boa parte da obra do autor que acho maravilhoso. Este livro foi recém comprado, mas sinto que, se eu não colocá-lo nesta lista, corre risco de ficar de lado. Não quero que isso aconteça! Parece que está relacionado a história de Frankenstein... Uhhhh!

8. Os garotos Corvos - Maggie Stiefvater 

Este oitavo livro da lista é uma roubadinha. Já estou na página 106. Mas parei de lê-lo e não estou com muito animo de retomar. Está nessa lista para, assim como o livro acima, não correr o risco de o ano terminar e eu não ter terminado essa leitura que tantas pessoas amam (e admitem ser confusa no começo). Força, Anne!

9.  Mentirosos - E. Lockhart

Se eu não ler esse livro logo, provavelmente terei spoilers do fim. Todo mundo diz que é um livro surpreendente, que ninguém espera o final e que adoraram. Esses dias vi um video temático que dizia que o livro se encaixava no tal tema e já pensei "PUTS, espero que não tenha sido spoiler do final" já que a sinopse é misteriosa e não dá pra concluir nada dela. Preciso ler logo, até porque é fino e estou muito curiosa!

10. Um Caso Perdido - Colleen Hoover 

Estou mega enrolando esse livro. Não sei porquê. Nenhum dos 3 livros que li até o momento dessa autora me fizeram apaixonar por ela. Tem muito leitor apaixonado por ela! E a maioria deles dizem que este é o seu livro preferido. Está parado na estante há um tempinho então preciso ver qual é que é a parada dessa mulher aí, rsrsrsrs


*** 
Bem... 
Essa é a minha lista de livros que passou da hora de ler. 
Pensei em colocar mais uns, mas fui colocando os que primeiro me lembrei, ou seja, os mais "empoeirados" na estante mesmo.




Já leu algum deles?

Por favor, me conte o que achou dos que leu, para me annemar a lê-los até o fim do ano, porque de 2016 não passa!

=)

domingo, 22 de maio de 2016

[Curiosidades 12] Annes Literárias!

Oi!
Hoje é meu Anneversário!
Completo 31 annos!!!


Para isso comemorar e como adoro meu nome (tanto que eu pus no blog, não é mesmo), resolvi fazer um apanhado de algumas Annes da Literatura!

Anne Rice


Essa autora é uma americana de mais de setenta anos, que não teve a mesma sorte que eu. Seus pais a chamaram de Howard! Ela escolheu este lindo nome, porém, quando era muito pequena, antes de entrar na escola. 

Nunca li nenhuma obra dela, mas tenho muita curiosidade. Ela escreveu a série "As Crônicas Vampirescas", cujo primeiro de 11 volumes, "Entrevista com o vampiro" foi adaptado nos anos 90 para o cinema, protagonizado por Brad Pitt, Tom Cruise e Antonio Banderas! (Total Recomendado o filme, hein?)São vampiros mais próximos do mito original, bebedores de sangue humano, centenários e muitas vezes cruéis. Além desta série, também ficou famosa pelos livros da série "As Bruxas Mayfair", composta de 4 livros.

A booktuber Tamirez, do Canal Resenhando Sonhos, recentemente fez um resumo sobre as obras desta, que é uma de suas escritoras favoritas. Clique aqui para conferir.

Anne Frank


Essa Anne também não nasceu bem Anne. Era Annelies Marie Frank, judia e alemã, mas que viveu a maior parte da sua vida na Holanda. Sua história é bem conhecida: Anne e sua família ficaram pouco mais de dois anos escondidos da perseguição nazista em um local minúsculo que ela chamava de "o Anexo" em seu diário. "O Diário de Anne Frank" é o livro organizado com os escritos de seu diário, ao qual ela chamava Kitty. Anne, sua família e a família Van Pels foram dedurados e levados aos campos de concentração, onde Anne, sua irmã e sua mãe morreram em 1945, pouco antes do fim da guerra e liberação dos campos. Seu pai, Otto, foi o único sobrevivente (fora enviado a Auschwitz) dos moradores do Anexo e faleceu apenas em 1980.

O relato de Anne sobre uma adolescência comum e ao mesmo tempo incomum é até hoje conhecido e lido por vários adolescentes que se identificam em diversos níveis com os sentimentos. Para mim, também Anne e também judia, a emoção ao ler o diário com a mesma idade que ela escreveu foi uma experiência muito emotiva e importante.

A Booktuber Tatiana Feltrin fez uma video-resenha sobre o livro e explicou muitas coisas que eu mesma não sabia sobre esta obra e menina. Clique aqui para ver o vídeo.

Anne Elliot 


Agora começam as Annes personagens famosas. A primeira é Anne Elliot, protagonista do romance "Persuasão" da autora Jane Austen, mais conhecida por "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade". Ainda não li este li ou qualquer livro de Jane Austen: estou lendo, aos poucos, e adorando "Orgulho e Preconceito", mas ainda não finalizei a leitura.

Minha xará literária cancela seu compromisso com o "mocinho" o Sr. Wentworth, pois ele não era rico. Oito anos depois, tendo feito carreira promissora na Marinha, Frederik volta, agora rico e com títulos. Os caminhos de ambos se cruzam e aí... Bom, não sei, já que não li, mas imagino que role um romance e muitos arrependimentos? 

Este foi o último livro concluído pela autora, um ano antes de sua morte e foi publicado postumamente. Talvez a maturidade da autora prevaleça neste romance mais do que noutros, e espero que Anne não me desaponte!

Anne, a criada
Esta Anne, sem sobrenome aparente (que eu lembre) é uma das três criadas cedidas à America durante sua Seleção, que se dá nos três primeiro livros (dos 5) da série de Kiera Cass. Juntamente com Lucy e Mary, Anne cuida do bem estar e das necessidades de America, com um carinho grande pela garota que pode vir a se tornar Princesa. Anne é a chefe das três e tem um passado interessante, que transparece mais no terceiro livro, "A escolha", quando sabemos sobre quem será a escolhida de Maxon e quando a situação político-econômica de Illéa se torna bastante agitada. 

Esta Anne é corajosa e modesta e me lembro de pensar que o mundo literário precisa de mais Annes, ao ler seu nome pela primeira vez nos livros dessa série que eu gosto.

Anne Brontë


A mais nova e menos conhecidas das irmãs escritoras da família Brontë, Anne (irmã de Emily e Charlotte) faleceu nova e publicou duas obras "Agnes Grey" e "A inquilina de Wildfell Hall", pouco conhecida por nós no Brasil. "O Morro dos Ventos Uivantes" de Emily e "Jane Eyre" de Charlotte com certeza são títulos mais famosos por aqui. 

Uma curiosidade que já publiquei aqui na [Curiosidades 05] sobre o uso de pseudônimos na literatura, pois as três irmãs, primeiramente publicaram suas obras com nomes masculinos e aparentados também: Acton Bell, Currer Bell e Ellis Bell. 

Esta Anne é pouco conhecida, mas de boa família. Como eu. hahahaha

***

Há mais Annes na literatura por aí, mas são poucas. Um dia quero eu ser uma autora, ao publicar meus livros, que estão em produção e pós-produção. 

Por enquanto, apenas aproveito o blog para treinar a escrita e compartilhar com vocês mais autoras e personagens com um nome tão lindo quanto a anniversariante que vos escreve agora. 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

* Resumão de Abril de 2016 *

Por enquanto, abril foi o mês em que finalizei menos páginas. Li 5 livros, como tenho feito todo mês este ano (exceto março em que li 6), porém dois dos livros eram novelas curtas. Consegui dar continuação ao projeto de reler "Os Instrumentos Mortais" e quase deu pra terminar o livro 4, mas acabou ficando pro mês de maio mesmo.

Vamos ao resumo do mês!

Abril 2016




Finalizei 05 livros:
- "Cidade das Cinzas" de Cassandra Clare, livro 02 da série "Os instrumentos mortais":  Havia ficado faltando poucas páginas para terminar este livro no mês passado, mas como viajei, não tive tempo pra ler elas e acabei terminando este mês. 404 páginas. RELEITURA. Resenha aqui.

- "Sedução ao amanhecer" de Lisa Kleypas, livro 02 da série "Os Hathaways": Li este livro sem ter lido o livro 01 da série, mas não tive grandes problemas. Adorei a leitura, gostei muito do estilo de escrita da autora e em maio já peguei outro livro da autora para ler. Li em ebook, no Kobo.  244 páginas. Resenha aqui.

- "Chefe Irresistível" de Christina Lauren, novela 4.5 da série Irresistível. Li em inglês o ebook "Beautiful Boss" que comprei na loja online do Kobo. Foi o volume dessa série que menos gostei. Apesar de adorar os protagonistas Will e Hanna, me decepcionei muito com esta leitura. 144 páginas. Resenha aqui.

- "Casamento Hathaway" de Lisa Kleypas, novela 2.5 da série "Os Hathaways": Continuação do livro "Sedução ao amanhecer. Não vejo mesmo porque não poderia ter sido mais uns capítulos da história daquele livro. Apesar disso, gostei muito, traz uma participação grande da Beatrix a irmã mais nova e mais divertida. 55 páginas. Resenha em breve.

- "Cidade de Vidro" de Cassandra Clare, livro 03 da série "Os instrumentos mortais": Finalização da primeira parte dessa série de seis livros, que nasceu sendo uma trilogia. Me deu um pouco de ressaca literária, por ser ótimo e longo.  474 páginas. RELEITURA. Resenha em breve.

Adicionei 01 livros a minha estante:

- "Nunca Jamais" de Colleen Hoover e Tarryn Fisher: Estava ouvindo muita gente falar desse livro e fiquei super curiosa. Como era curto, pensei que leria de uma sentada, mas acabei demorando um pouco para finalizar (só em maio). É a parte um de um livro que foi dividido em 3. Muito misterioso.

Abandonei 01 livros da minha estante:

- "A Rainha Vermelha" de Victoria Aveyard: Não consegui me empolgar para ler o final desse livro. Como já havia comentado em outros resumos, achei muito previsível essa mistura de "Jogos Vorazes" e "A Seleção" e quando então tive um spoiler do final tudo ficou absurdamente não empolgante. Acho que farei uma resenha sobre o porquê não gostei desse livro.

Não solicitei nenhum livro no Skoob.
Não terminei de ler "Cidade dos Anjos Caídos" e nem "Nunca Jamais", que ficaram para serem terminados em maio.

Total de páginas finalizadas: 1321 páginas. (o mês que menos li este ano até agora).


***

Esse resumão saiu atrasadooo! Eu sei, desculpem-me.
Como já estamos pós-metade de maio, já digo que o mês está lento em leituras, devido ao frio e possível uma ressaca literária. 

O plano, além de terminar aqueles dois livros que ficaram pela metade é ler "A Coroa", da Kiera Cass que me dei de presente de Anneversário e "Segredos de uma noite de verão", um romance Histórico que tenho na estante e tem uma capa linda, da mesma autora de "Sedução ao amanhecer".

Bem, desculpe a demora.
Boas leituras em maio para todos nós!



quinta-feira, 5 de maio de 2016

[As Letras da Maria 03] Resenha em DUPLA - Max e os Felinos - Moacyr Scliar


** As Letras da Maria apresenta: RESENHA EM DOSE DUPLA **

Capa da edição mais recente da obra,
lançada pela Editora L&PM

Para este mês eu (Anne) propus para a Maria José, colaboradora do "As Letras da Anne" e autora do Blog e do Canal Pétalas de Liberdade, que nós duas lêssemos o mesmo livro "Max e os Felinos", que estava parados em nossas estantes e fizéssemos uma resenha dupla. 

Confesso que na teoria foi mais simples que na prática, mas ambas lemos o livro curtinho - eu na versão pocket e ela na versão capa dura - e gostamos da experiência. 

Foto tirada pela Maria, do livro dela, versão capa dura

Abaixo, confira nossas opiniões sobre alguns pontos importantes da obra. Espero que gostem!


Sinopse: O alemão Max, um garoto sensível, cresceu sob a severidade de seu pai que sempre lhe incutiu medos e inseguranças. Envolve-se, mais tarde com Frida, esposa de um militar Nazista, o que faz que tenha que abandonar o país. Em meio a viagem de barco, é obrigado, graças a um naufrágio, a dividir o pequeno espaço de um barco com um imenso Jaguar, um felino que sempre lhe aterrorizou. 


O Autor:


ANNE: Quando eu estava no colégio, era obrigada a ler Moacyr Scliar - primeiro por ele ser um escritor judeu e gaúcho, depois por ser tio de uma colega minha de sala. Não lembro quais obras tive que ler, mas acho que foram três, incluindo "O exército de um homem só". Não lembro nada da leitura. Eu não gostava dos livros dele, pois apesar de serem livros curtos, era custoso para mim lê-los. Então rolava ainda um "trauminha" de Moacyr Scliar, quando peguei "Max e os Felinos” para ler, mas hoje em dia, já adulta com 30 anos, talvez eu gostasse um pouco mais do estilo dele.

MARIA: "Max e os felinos" foi meu primeiro contato com a escrita do Moacyr Scliar (Porto Alegre, 23 de março de 1937 - 27 de fevereiro de 2011), até então eu só sabia o nome de uma ou duas obras escritas por ele.

O Livro:

Capa antiga da obra.

ANNE: Além de esperar não gostar (devido ao trauma), esperava que a história do livro fosse similar ao enredo de "As aventuras de Pi", o filme. Esperava também que a história fosse sobre um protagonista judeu (como é costume do autor) e que a metáfora dos felinos fosse claramente sobre o nazismo, mas não foi o que tive. A história é rápida, um romance de formação desde a infância do Max na Alemanha até sua chegada e vida no sul do Brasil.

A edição que eu li, apesar de ter a mesma capa da edição da Maria, não era capa-dura e era em versão pocket.

MARIA: Talvez pelas minhas expectativas sobre a obra serem bem diferentes do que eu encontrei (eu esperava algo mais fantástico ou leve e menos "adulto"), talvez pelas escolhas feitas pelo protagonista, eu não tenha torcido tanto por ele nem me sentido muito conectada a ele, ou, ainda, por ser um livro curto para uma história que se passa num espaço de tempo longo(e de leitura rápida, com a narração em terceira pessoa mas bem focada no protagonista).

Os Personagens:
Foto do meu livro, edição pocket.
ANNE: Max é o protagonista da trama, conhecemos ele adolescente e ele vai envelhecendo com o passar dos anos na trama. Ele não é judeu e sua infância é diferente da de Pi. Achei estranho mas nenhum personagem me cativou. Nenhum teve muito tempo para isso, além de Max e não gostei de Max desde o começo. Apesar disso, Max é um personagem bem construído e sua personalidade é bem marcada no livro.

MARIA: Aconteceu o mesmo com os demais personagens, talvez se a obra fosse mais extensa eu tivesse tido mais tempo de me afeiçoar a eles, o pai de Max foi um que inicialmente não gostei, mas depois essa minha má impressão sobre ele foi diminuindo.

A Trama:

ANNE: O motivo pelo qual Max teve de fugir da Alemanha, ao meu ver, foi muito fraco. Não me convenceu e assim como esse ponto, o motivo do naufrágio do navio que o levava para a América foram muito fracos. Essa foram minhas maiores decepções durante todo o livro. 

A história na verdade é considerada pelo próprio autor uma novela, não um romance. eu queria que as partes acima tivesse sido mais desenvolvidas, mas numa novela e/ou em contos, as histórias são diretas assim mesmo.

Uma questão forte no livro Max e os felinos é a chegada de Max no Brasil e como ele se aclimata no Rio Grande do Sul, primeiro na capital e depois na Serra. Conhecendo bem a história do meu estado, a vida de Max nesse momento muito se parece com o estilo de vida que os imigrantes tiveram no início até meados dos século XX nos estados do sul do Brasil, que ajudaram a formar. Muitos italianos e alemães vieram para no Rio Grande do Sul e principalmente em Santa Catarina.

O livro menciona questões históricas brasileiras como um desfile do movimento integralista em Porto Alegre e também cita vários pontos reais da cidade de Porto Alegre: bairros, ruas e pontos turísticos, sem explicar muito sobre nenhum deles, somente destacados pelos olhos de quem os conhece.

MARIA: A história é narrada em terceira pessoa e conta sobre como a vida de Max, de certa forma, sempre esteve atrelada a felinos. Quando criança, na Alemanha, o pequeno Max tinha um medo enorme de um tigre empalhado que ficava na loja do pai. Quando jovem, foi obrigado a fugir de seu país na época do nazismo, veio num navio para o Brasil, mas o navio afundou em circunstâncias suspeitas e Max ficou perdido num barquinho no meio do oceano, até que um jaguar pulou no barco com ele e o rapaz teve que aprender a conviver com o bicho. Já no Brasil, foi uma onça que entrou em seu caminho. Minha opinião sobre a obra é a seguinte: foi inferior as minhas expectativas. A leitura é fluida sim, mas ao final ainda ficam várias questões em aberto, perguntas para as quais não obtive respostas. O fato de eu estar um pouco cansada no momento de livros que falem sobre o nazismo, talvez também tenha pesado.

Comparação com "As Aventuras de Pi":

Capa do livro de Yann Martel
ANNE: Achei interessante que o livro trazia uma introdução e uma "explicação" do próprio autor sobre a questão de o livro ter sido plagiado pelo autor de "A vida de pi", livro que originou o filme "As Aventuras de Pi".  Compreendi que Scliar não parece ter se incomodado muito com o tal plágio, pois deu visibilidade ao seu livro. O que ele diz - e eu concordo -  é que o autor do Pi poderia ter entrado em contato com ele e informado que utilizaria sua ideia em Max e os felinos para escrever uma história com uma premissa parecida com a do seu livro, coisa que outros autores fazem e ele teria apreciado.
Comparando o filme de Yann Martel e o livro de Scliar, o que posso dizer é que eles são bem parecidos e bem diferentes em vários pontos. O fato é que não é possível separá-los completamente. O filme de Pi é bem mais vibrante e trata basicamente do que houve na infância do personagem título e durante o momento do naufrágio, e o livro de Scliar aborda rapidamente o momento do naufrágio e desenvolve bastante a vida do personagem Max na chegada ao Brasil após o desastre.

As motivações dos felinos em ambas as obras para mim também pareceram bem diferentes ainda que ligadas. Não vou entrar em muitos detalhes sobre isso, pois estragaria o final do filme para quem ainda não o viu e talvez o livro também. Os felinos do livro de Scliar, ao meu ver não são apenas os fantasmas do nazismo, porque os felinos aparecem na vida dele ainda na infância, quando ele nada sabia sobre isso, então eu relaciono os felinos de Scliar a algo mais profundo que isso, dentro de Max. Para saber o que, só lendo...

Recomendo muito o filme, com fotografia linda e uma história intrigante e divertida. O livro também é interessante, mas não foi melhor que o filme, para mim. Nesse caso, a criatura saiu melhor que o criador.


MARIA: Eu não li o livro nem vi o filme, mas nessa edição da L&PM de 2013 tem um artigo do próprio Moacyr Scliar sobre a questão.

Cartaz do filme "As aventuras de Pi"


Confere abaixo a sinopse do livro "A vida de Pi"...
"O narrador da história é um garoto indiano de 16 anos chamado Piscine Molitor Patel, mais conhecido como Pi. Sua família administra um zoológico na cidade de Pondicherry, mas decide abandonar o país no auge de sua instabilidade política, nos anos 70. A idéia é se mudar para o Canadá, pegando carona no cargueiro que transferirá os animais do zôo para os EUA. Infelizmente, o navio afunda logo nos primeiros dias de viagem. Há apenas cinco sobreviventes: Pi, uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de Bengala, todos salvos pelo único barco salva-vidas disponível. Inicia-se aí uma cruel luta pela vida entre cinco mamíferos no meio do oceano Pacífico. Aparentemente, Pi não tem a menor chance de escapar das feras. 



Enquanto aguarda sua vez de ser devorado, o garoto tenta encontrar alguma remota possibilidade de matar o tigre, o que é praticamente impossível: o animal está saudável, pesa mais de 200 quilos e é capaz de nadar. À beira do desespero, Pi conclui que o melhor a fazer é manter o felino vivo e dependente de seus cuidados. Esta é sua única chance. O jovem usa o conhecimento que adquiriu no trato dos animais no zoológico para domar a fera e conquistar o seu respeito. E o tigre, acostumado a viver numa jaula e a ser alimentado pelos humanos, não demora para perceber que precisa de Pi vivo. O mais impressionante é que o autor, Yann Martel, consegue dar um final surpreendente a uma história tão incomum. A conclusão desta aventura imprevisível contrapõe a grandiosidade e a mediocridade que coexistem em todo ser humano."


Cena do Filme "As aventuras de Pi"
E então?

Curioso para enfrentar felinos, mares revoltos, nazistas, instintos selvagens, vida adversa? 

Já viu o filme ou leu algum dos livros? 

Tem medo de felinos? Ou de nazistas? (ou de livros? rsrsrs)
Gostou da resenha dupla? 

Deixe seu comentário e suas sugestões aqui! 
Até a próxima!


domingo, 1 de maio de 2016

[Resenha 52] Sedução ao amanhecer - Lisa Kleypas (Os Hathaways #02)

*** Um romance apaixonante - tem cara de livro único, mas é o 02 ***



Sedução ao Amanhecer 
Série Os Hathaways livro 02 de 05
Editora Arqueiro 
256 páginas

Série Os Hathaways: 
1. Desejo à meia-noite
2. Sedução ao amanhecer
#2.5 Casamento Hathaway
3. Tentação ao pôr-do-sol
4. Manhã de Núpcias
5. Paixão ao entardecer

Sinopse: O cigano Kev Merripen é apaixonado pela bela e bem-educada Win Hathaway desde que a família dela o salvou da morte e o acolheu, quando era apenas um menino. Com o tempo, Kev se tornou um homem forte e atraente, mas ainda se recusa a assumir seus sentimentos por medo de que sua origem obscura e seus instintos selvagens prejudiquem a delicada Win. Ela tem a saúde fragilizada desde que contraiu escarlatina, num surto que varreu a cidade. Sua única chance de recuperação é ir à Franca, para um tratamento com o famoso e bem-sucedido Dr. Harrow. Enquanto Win está fora, Kev se dedica a coordenar os trabalhos de reconstrução da propriedade da família, em Hampshire, transformando-se num respeitável administrador, mas também num homem ainda mais contido e severo. Anos depois, Win retorna, restabelecida, mais bonita do que nunca... e acompanhada por seu médico, um cavalheiro sedutor que demonstra um óbvio interesse por ela e desperta o ciúme arrebatado de Kev. Será que Win conseguirá enxergar por baixo da couraça de Kev o homem que um dia conheceu e tanto admirou? E será que o teimoso cigano terá coragem de confrontar um perigoso segredo do passado para não perder a mulher da sua vida?

Opinião:
Um belo dia, fuçando no meu Kobo, resolvi pegar esse livro para ler. Ele é o segundo da série dos Hathaways, mas a sinopse do primeiro não me atraiu tanto quanto a desse livro. Adiei a leitura dele, porque não tinha ânimo para ler o primeiro livro, mas no tal dia belo eu pensei comigo mesma: "Dane-se. Eu que decido como fazer isso" e me pus a ler este,sem ter lido o primeiro. 

Meu único problema é que obtive informações do livro um: Amelia (irmã mais velha de Win, a personagem deste livro) se casa com o mocinho dela e, bem, disso eu já sabia, porque... romance histórico, né?

Winifred - ou simplesmente Win (lê-se Uin) - é uma mocinha cuidadosa e carinhosa e secretamente apaixonada por Merripen, um cigano que foi acolhido pela família quando criança e cresceu próximo dela. A história começa contando essa parte: a de quando todos eram crianças ainda e como Merripen chegou a família. Ele era um menino "arisco" e a única pessoa que deixava sempre se aproximar dele era Win. 

Uma coisa que achei um pouco diferente neste livro do que nos outros foi que apesar de Win e Merripen serem os protagonistas do romance em questão, todos os personagens tem papéis importantes nessa trama. Os irmãos de Win e seu cunhado aparecem quase tanto quanto ela e todos são protagonistas ativos, não apenas coadjuvantes. Gosto muito disso e é raro de ver. 

Tendo dito isso, não é apenas o turbulento romance de Win que acompanhamos, mas as incursões de Poppy e Beatrix, as irmãs menores, na sociedade para encontrar pretendentes, o modo de Leo lidar com um coração quebrado, o jeito que Cam tomou conta da família, casando-se com Amelia e coloca Merripen na linha, entre outras coisas. 

É um livro com bastante conteúdo e tramas em desenvolvimento, apesar de não ser longo. Os personagens são bem construídos e as reviravoltas também.  Além de romance, tem drama, tem erótico e tem até mistérios bem interessantes, mesmo que não muito surpreendentes. O passado de Merripen começa a influenciar no seu presente e Cam o instiga a ir atrás de suas origens para lidar melhor com isso. 

Não conseguia largar o livro, acho que teria conseguido lê-lo em um dia de férias, em que não tivesse nada para fazer exceto ler.  Recomendo a leitura, lembrando que, este pode ser lido sem ter lido o livro um "Desejo à Meia-Noite" antes, porque a autora retoma as informações importantes e não ficamos perdidos. Mesmo assim, agora que li o de Win e simpatizei com Amelia e Cam. 

Tenho vontade de ver como foi a história de Amelia e Cam e de ver um pouco mais de como era a vida de Win e Merripen antes de seu romance aflorar

Recomendaria?? Sim. Para qualquer amante de romances. 

Releria?? Sim, releria e pretendo também continuar com a leitura dos outros livros da série, principalmente do de Beatrix, a irmã mais nova.